África

África

Mapa da África
VizinhosÁsiaEuropaAmérica eAntártica
Divisões administrativas 
 - Número de países54
 - Número de territórios6
Área 
 - Total30 221 532 km²
 - Maior país Argélia (2 381 741 km²)
 - Menor país Seychelles (455 Km²)
Extremos de elevação 
 - Ponto mais altoKilimanjaro (5 895 m)
 - Ponto mais baixoLago AssalDjibouti (155 m abaixo do nível do mar)
Maior lagoLago Vitória
Pontos extremos 
 - Ponto mais setentrionalRas ben SakkaTunísia
 - Ponto mais meridionalCabo das AgulhasÁfrica do Sul
 - Ponto mais orientalRas HafunSomália
 - Ponto mais ocidentalSanto AntãoCabo Verde
Maior ilhaMadagáscar
Maior vulcãoKilimanjaroTanzânia
População 
 - Total1 000 010 000[1] (2005, )habitantes
 - Densidade30,51 hab./km²
 - País mais populoso Nigéria
 - País menos populoso Seychelles
 - País mais densamente povoado Maurícia
 - País menos densamente povoadoFlag of Saara Ocidental Saara Ocidental
Línguas mais faladasLínguas africanas,árabeinglêsfrancês,português
Economia 
 - País mais rico África do Sul
 - País mais pobre Serra Leoa
África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de 900 milhões de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do mundo, e 54 países independentes; apesar de existirem colônias pertencentes a países de outros continentes, tais como as Ilhas Canárias e os enclaves de Ceuta e Melilla, que pertencem à Espanha, o território ultramarino das ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, que pertence ao Reino Unido, e as ilhas de Reunião e Mayotte, que pertencem à França.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural, social e política. Nesse continente são visíveis as condições de pobreza, sendo o continente africano o mais pobre de todos; dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa expectativa de vida, etc.), pelo menos 21 são africanos.[2] Apesar disso existem alguns poucos países com um padrão de vida razoável, ainda assim não existe nenhum país realmente desenvolvido na África.[3] O subdesenvolvimento, os conflitos entre povos e as enormes desigualdades sociais internas, são o resultado das grandes modificações introduzidas pelos colonizadores europeus. Atualmente os países africanos mais desenvolvidos são LíbiaMaurícia e Seicheles, com qualidades de vida superiores a de muitos países da Europa. Ainda há outros países africanos com qualidades de vida e indíces de desenvolvimento razoáveis, podendo destacar a maior economia africana, a África do Sul e outros países como MarrocosArgéliaTunísiaCabo Verde e São Tomé e Príncipe.[4]
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a primeira forma, que valoriza a localização dos países e os dividem em cinco grupos, que são a África setentrional ou do Norte, a África Ocidental, a África central, a África Oriental e a África meridional. A segunda regionalização desse continente, que vem sendo muito utilizada, usa critérios étnicos e culturais (religião e etnias predominantes em cada região), é dividida em dois grandes grupos, a África Brancaou setentrional formado pelos oito países da África do norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana formada pelos outros 44 países do continente.
Cinco dos países de África foram colónias portuguesas e usam o português como língua oficialAngolaCabo VerdeGuiné-BissauMoçambique e São Tomé e Príncipe; em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são ainda falados crioulos de base portuguesa.

Índice

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Etimologia

África
Afri era o nome de vários povos que se fixaram perto de Cartago no Norte de África. O seu nome é geralmente relacionado com os fenícios como afar, que significa "poeira", embora uma teoria de 1981,[5] tenha afirmado que o nome também deriva de uma palavra de berbereifri, palavra que significa "caverna", em referência à gruta onde residiam.
No tempo dos romanos, Cartago passou a ser a capital da Província de África, que incluiu também a parte costeira da moderna Líbia. Os romanos utilizaram o sufixo "-ca" denotando "país ou território".[6] Mais tarde, o reino muçulmano de Ifriqiya, actualmente Tunísia, também preservou o nome.
Outras etimologias têm sido apontadas como originárias para a antiga denominação "África":
  • No século I, o historiador judeu Flavius Josephus (Ant. 1.15) afirmou ter sido nomeado para Epher, neto de Abraão, segundo o Génesis (25:4), cujos descendentes, segundo ele, tinha invadido a Líbia.
  • aprica, palavra latina que significa "ensolarados", mencionada por Isidoro de Sevilha (século VI), em Etymologiae XIV.5.2
  • aphrike, palavra grega que significa "sem frio". Esta foi proposta pelo historiador Leo Áfricanus (1488-1554), que sugeriu a palavra grega phrike (φρίκη, significando "frio e horror"), combinado com o prefixo privativo "-um", indicando assim um terreno livre de frio e de horror.
  • Massey, em 1881, afirmou que o nome deriva do egípcio af-rui-ka, que significa "para virar em direção a abertura do Ka." O Ka é o dobro energético de cada pessoa e de "abertura do Ka" remete para o útero ou berço. África seria, para os egípcios, "o berço."[7]

História

história da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade Clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais antigos das suas civilizações. Para além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África, permitindo considerá-la o “berço da humanidade”.
Egito foi provavelmente o primeiro estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Podem referir-se os estados de Kush e Meroé, ainda no nordeste de África, o primeiro estado do Zimbabwe e o reino do Congo que, aparentemente floresceram entre os séculos X e XV.
A estrutura moderna da África, em termos de divisão entre estados e línguas de trabalho, no entanto, resultou da partilha da África pelas potências coloniais europeias na Conferência de Berlim. Com excepção daEtiópia, que só foi dominada pela Itália durante um curto período, e da Libéria, que foi um estado criado pelos Estados Unidos da América durante o processo de abolição da escravatura, no século XIX, todos os restantes países de África apenas conheceram a sua independência na segunda metade do século XX.

Paleontologia

Crânio de Proconsul heseloni.
Os estudos arqueológicos africanos comportam duas subdivisões: a arqueologia do Egito e da África do norte, que tem sido estudada em relação com as doMediterrâneoEuropa e Ásia ocidental; e a arqueologia da África subsaariania, que tem desenvolvimento próprio.[8]
A África é parte da massa terrestre do Velho Mundo que contém alguns dos mais antigos fósseis proto-humanos conhecidos.[8] Para Charles Darwin, foi o continente que primeiro testemunhou o aparecimento do homem, afirmação mais tarde reforçada por notáveis historiadores, entre os quais Pierre Teilhard de Chardin.[9] Além disso, é à fauna africana que pertencem os dois primatas mais próximos do homem: o gorila e o chimpanzé.[10] A opinião conservadora tende, porém, a considerar a Ásia como o centro das origens humanas,[8] em parte por influência de antigas ideias históricas e filosóficas e em parte devido às descobertas de macacos do Mioceno e Plioceno,[8]bem como do Pithecanthropus erectus, em Java (1891),[11] e do Sinanthropus pekinensis, na China (1929).[12] Esta controvérsia foi reavivada por dois eventos arqueológicos: a descoberta na África meridional e oriental de um grupo de macacos semelhantes ao Homo erectus, pertencente à familia dos Australopithecinae;[8] e o achado, no Quênia, de um macaco do antigo Mioceno, Proconsul africanus,[13] e, em 1961, de outro macaco do Mioceno recente, o Kenyapithecus, que pode ser o ancestral direto do homem.[14]
Em 1924, a primeira de uma série de descobertas feitas na Bechuanalândia (atual Botswana) e no Transvaal (África do Sul) revelou a existência do Australopithecinae, criatura intermediária entre o macaco e o homem.[8] Descobertas similares foram realizadas na Tanzânia a partir de 1959.[8]Também achados de fósseis humanos foram escavados em Palikao, Argélia, e Sidi Abderramã, Marrocos; todos esses fósseis pertencem ao Atlanthropus mauritanicus,[15] que aparentemente representa a forma africana do Homo erectus asiático e pode ser o próximo estágio na evolução do hominídeo, após os Australopithecinae.[8] Em 1960, um crânio deste tipo foi encontrado em Oldoway, na Tanzânia.[8]
Outras formas primitivas do homem que habitaram a África durante o Pleistoceno podem ser agrupadas em duas principais categorias.[8] A primeira é um grupo gerontomorfo de hominideos, pertencente ao tipo bastante difundido dos Rodesióides.[8] E o segundo é o tipo de Homo sapiens pedomorfo, que aparentemente precede os atuais boxímanes do Kalahari.[8] Os Rodesióides são conhecidos através de três espécies: (1) Homem da Rodésia (Homo rhodesiensis), cujo crânio foi encontrado em1921, nas minas de Broken Hill, na Rodésia do Norte (atual Zâmbia);[16] (2) Africanthropus ou Homo njarensis; pouco estudado em detalhes devido à exigüidade dos fragmentos obtidos, descoberto em 1934, na bacia do lago Eyasi, Tanganica (atual Tanzânia); (3) Homem de Saldanha, na província do CaboRepública da África do Sul.[8]
Crânio encontrado em 1921.
Quanto às formas primitivas de Homo sapiens identificadas no continente africano, salientam-se as seguintes: (1) Homem de Kanam, muito anterior aos Rodesióides, segundo L. S. Leakey, que descobriu um fragmento de mandíbula nas praias do golfo de Kavirondo, no lago Vitória;[8] (2) Homem de Kanjera, cujos fragmentos de crânio foram encontrados em Kanjera, não muito distante de Kanam, e datam provavelmente do médio Pleistoceno;[8] (3) Crânio de Florisbad, pertencente a um espécime notável, descoberto em 1932 por T. F. Dreyer, em Florisbad, a 40 km de Bloemfontein, naÁfrica do Sul;[17] originariamente denominado Homo helmei, data de cerca de 37 000 anos;[8] (4) Crânio de Boskop, descoberto em 1913, próximo a Boskop, República da África do Sul, cuja capacidade provável era de 1700 cm3, bastante mais elevada que a capacidade craniana do homem moderno[8] (5) Crânio de Singa, encontrado noNilo Azul, que apresenta semelhança com o crânio de Boskop, mas pertenceu possivelmente a um indivíduo do tipo Rodesióide anormal.[18]

Pré-história

No Paleolítico inferior, que teve início há cerca de três milhões de anos, sucederam-se várias glaciações que na África originaram períodos pluviais conhecidos por Kangueriano, Kamasiano e Kanjeriano. Durante esse período, sucederam-se igualmente várias culturas e indústrias pré-históricas, pré-líticas e líticas, até à Idade do Ferro.[18]
"Lucy"ou Lilia no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México.
A mais antiga teria sido a Olduvaiense (associada ao Zinianthropusaustralopitecíneo descoberto em 1959 por Leakey, no Quênia)[19], passando pelo Cheleano eAcheuliano (associadas aos pitecantropíneos de Ternifine e Sidi Abderramã encontrados respectivamente por Arambourg e Biberson em 1955), para desabrochar na melhoria das técnicas de trabalho em pedra, ditas "levalloisianas", que são características do Paleolítico médio, culminando na cultura ateriana da Tunísia.[18]
Neste período, quando começa a especialização dos artefatos, a África contribui com duas culturas distintas, a Sangoana e a de Fauresmith, aquela florestal, esta em regiões mais altas, de savana. No último pluvial, o Gambliano, correspondente à glaciação de Würm, o Homo sapiens em formas fósseis substitui os hominídeosanteriores. Essas formas africanas são ou "proto-australóides" (homens de Florisbad, da Rodésia, de Saldanha), ou "protobocimanóide" (crânios de Boskop, Matjes River e outros) da qual provêm os boxímanes. A esses troncos étnicos junta-se terceira cepa, vinda provavelmente do sudoeste africano, que origina a cultura Capsiana no Quênia, a qual descobre o arco e flecha e é ancestral dos grupos que falam línguas hamíticas, como os berberes e os tuaregues do norte da África, os galas e os somalisda África oriental, e os egípcios e etíopes, razão pela qual é também denominada, impropriamente, de "proto-hamítica".[18]
Depois do Gambliano começa o dessecamento progressivo do Saara, prejudicando os contactos até então existentes entre a África do norte e o resto do continente. Surgem indústrias transicionais, microlíticas (Magosiano, Lupembo-tshitoliano), sucedidas na África meridional pelas culturas meso e neolíticas de Smithfield e Wilton, o Nachikufano da Rodésia e o Tshitoliano florestal do Congo. Entrementes, na África do norte surge o Oraniano, com influência celta, que eventualmente coloniza o baixo Egito no X milênio a.C., e se alastra vigorosamente ao Capsiano superior. Entre o IX e o V milênios a.C. constatam-se movimentos de povos e influências levantinas na África do norte, a última das quais foi a vinda dos natufianos da Palestina até o delta oriental do Nilo, preparando assim o Neolítico e a protohistória egípcia. No V milênio, o Neolítico se instala no Fayum (baixo Egito) e em Deir Tasa (alto Egito); cerca de 4000 a.C. começa o período calcolítico (utilização do cobre) em Badari, no alto Egito, e um pouco mais tarde em Melinde, no baixo Egito.[18]
No alto Egito, os amratianos sucedem aos badarianos, sendo substituídos pelos gerzeanos cerca de 3600 a.C.; esta cultura recebe indiscutível influência mesopotâmica, aparecendo os primeiros hieróglifos no Gerzeano Tardio, cerca de 3400 a.C. O rei do alto Egito prepara a unificação do país, que é realizada por seu sucessor, o lendárioMenesMeni ou Min (que é a forma preferida por Heródoto), identificado com um dos reis chamados Escorpião, Nar-mer e Aha, que teria fundado a I dinastia egípcia, cerca de 3200 a.C.[18]
Fora do Egito, que teve sua Idade do Bronze, os outros povos africanos passaram diretamente à Idade do Ferro;[18][20] e, salvo os da faixa mediterrânea, permaneceram na proto-história, conhecidos somente através de alguns relatos de viajantes árabes medievais, até o século XV e, mesmo, até meados do século XIX. Os bantosocuparam toda a África subsaariana, tangendo para zonas de refúgio nas florestas do Congo os negritos e para o deserto de Kalahari os boxímanes. No processo, dividiram-se em dois grandes troncos lingüisticos, os bantos e sudaneses, ambos com muitas tribos, fundando reinos e impérios medievais, como o de Monomotapa, no Zimbabwe, e os de GanaMaliSonghai,Benin e outros. Suas migrações só cessam bem adiantado o século XIX.[20]

Primeiros tempos

No século II a.C.Africa Terra era, para os escritores latinos, a Tunísia setentrional, dominada por Cartago, região dos indigenas Afri. Aos poucos o termo estendeu-se ao norte da parte habitada por brancos, até que identificou todo o continente. Os aspectos físicos da África são quase sempre apresentados como obstáculos à penetração estrangeira, em todas as épocas, no continente. Os desertos, a floresta equatorial e as montanhas isolaram tribos que sofreram infuências orientais e ocidentais muito diferentes.[21]
século XIX marcou o devassamento da África pela civilização da Europa industrializada, acarretando profundas modificações nas populações locais. A África sempre sofreu o impacto das transformações mundiais.[21]

Antiguidade

As quatro colossais estátuas de Ramsés II na entrada do templo de Abu Simbel, símbolos da civilização do Antigo Egito.
Egito foi, na Antiguidade, o estandarte da civilização africana.[22] A população, que se estabeleceu ao longo do vale fértil do Nilo, sofreu desde logo a imposição de uma disciplina coletiva, pois o solo arável era restrito.[23] Nos tempos históricos a autocracia faraônica conduziu um país fortemente hierarquizado.[23] A religião fluiu da magia a uma doutrina baseada na justiça.[24] Até a invasão dos hicsos, o Egito permanecera praticamente fechado à infuência estrangeira.[23] Nos meados do segundo milênio a.C., a ameaça asiática levou o Egito ao expansionismo, principalmente após a XVIII dinastia, quando sua história ligou-se profundameme ao Oriente antigo.[25] No fluxo de riquezas desse período surgiu a decomposição sócio-política do Egito.[26] Caminhou, assim, para a anarquia, caindo, por fim, no domínio macedônico.[27] A dinastia lágida não pôde resistir ao impacto da conquista romana.[28]
Mapa do Antigo Egito e nomos.
Cartago, antiga colônia de Tiro, fundada na primeira metade do século IX a.C. foi o grande centro de civilização da África do norte.[29]Controlou o Mediterrâneo ocidental e estabeleceu forte contacto com os berberes, levando a esses povos o bronze, o ferro e artigos diversos.[23] No centro da atual Tunísia, as terras conquistadas aos berberes foram divididas em domínios agrícolas pela aristocraciacartaginesa.[23]
Os romanos, depois do século II a.C., continuaram aí a exploração racional do solo.[23] Os mercenários do exército e da frota de Cartagoeram recrutados entre os nativos norte-africanos.[23] O governo cartaginês foi aristocrático, dominado pelos homens de negócios, submetendo as classes menos privilegiadas pelo terror e corrupção.[23] Ultrapassando o estreito de Gibraltar, os navios cartagineses fizeram comércio com tribos do litoral atlântico da África e Europa.[30] Por terra, através do Saara, o comércio com o Sudão foi intenso.[nota 1] As lutas contra o crescente poderio romano levaram Cartago à completa destruição.[31]
Durante as guerras Púnicas alguns príncipes berberes apoiaram Roma.[23] Um deles, Massinissa, chefe dos númidas de leste, afirmava que a África deveria pertencer aos africanos.[nota 2] Roma, aos poucos, conquistou a Berberia: guerra contra Jugurta (112-105 a.c.);[32]domínio da Numídia (25 a.c.),[nota 3] e da Mauritânia (40 d.C.).[nota 4] A política romana foi no sentido da exploração do norte da África e do Egito.[23] Paralelamente, lutava contra os reinos indígenas dos montes Atlas.[23] Mas várias regiões do planalto argelino e tunisino furtaram-se ao domínio romano.[23] No Egito, Roma manteve a estrutura político-social herdada dos lágidas e do helenismo, mas hierarquizou romanosgregos e egípcios, deixando os agricultores nativos nas piores condições de trabalho.[23] No século III d.C. o norte da África acompanhou a decadência do império, travando-se lutas que levaram â desagregação provincial.[33]

Idade Média

As invasões bárbaras no império romano tiveram seu capítulo particular nessa região. Os vândalos de Genserico tomaram o Marrocos em 429 d.C., sendo acolhidos como libertadores.Além de tirarem as terras dos latifundiários, entregaram-se â pirataria no Mediterrâneo ocidental.> A reação berbere aos invasores, fato característico em toda a história da África do norte, processou-se violentamente, e no século VI os vândalos foram expulsos da Tunísia para oeste. Neste mesmo século, as tropas bizantinas de Justiniano liquidaram os vândalos, reconquistando a região, mas deixando livres certos reinos nativos. No Egito, o domínio do Império Romano do Oriente levou a uma espécie de feudalismo vale do Nilo, sendo a terra dominada pelos latifundiários. A perseguicão aos heréticos monofisitas e aos judeus, a tirania dos impostos imperiais. A decadência das atividades econômicas de Alexandria, em proveito deConstantinopla, criaram o clima propício para a invasão árabe.[34]
A expansão do Islão.
A dominação árabe iniciou-se por duas vias diferentes, uma na África do norte e outra na África oriental. Na África do norte a conquista muçulmana começou em 640, no Egito. Apoiando-se nos adversários da dominação bizantina, o chefe árabe Amr ibn al-As pôde ocupar o delta. A partir daí toda a antiga província da África caiu nas mãos dos muçulmanos. Na Ifríquia (Tunísia e Argélia oriental) fundaram Kairuan, em 670, baluane na luta contra os maiores inimigos dos árabes - os berberes do Maghreb, palavra que significa "ilha do ocidente". Apesar dessa resistência, a islamização foi grande e os neoconversos foram usados no ataque e conquista da Espanha (711). Mas os berberes aderiram a um cisma muçulmano, o carijismo, iniciando-se uma série de perseguições e massacres por pane dos árabes. Enquanto durou o dominio árabe sobre o Maghreb (647-1060), jamais houve paz. Continuava marcante o caráter de independência berbere, acentuado pela mentalidade muçulmana de "guerra santa". A administração árabe no norte da África usou como base Fostat, no Egito, e Kairuan, verdadeiros postos de vigilância. Os infiéis conservavam seus bens mas pagavam impostos. Cada província era governada por um cádi, obediente ao califa. Os nativos islamizados formaram uma nova classe, falando árabe, exercendo enorme influência na política local. Em alguns séculos de dominação surgiu uma civilização árabe-africana, de grande importância até hoje. Enquanto durou o califado omíada (660-750), O norte da África esteve unificado. Já na era dos abássidas, sediados em Bagdad, surgiram reinos berberes autônomos como o dos idríssidas (728-922) noMarrocos, fundadores de Fez; o dos rostêmidas (776-908) na Argélia; e o dos tulúnidas (868-895) no Egito. Embora esses reinos não pudessem resistir aos ataques da dinastia fatímida, começava a desagregar a unidade política da dominação árabe no norte africano e as lutas entre pastores nômades e agricultores dominaram a história do Maghreb até o fim do século X. Os árabes cujas dinastias lutavam entre si, tentaram retomar a região. O califa do Cairo lançou contra a Ifríquia as tribos dos hiiálidas, nômades que se caracterizaram pela pilhagem e devastacão. Aos poucos come arama surgir as diferencas regionais que levaram às divisões da África do norte atual. O Marrocos foi o primeiro a se subtrair à infuência da autoridade árabe. Os almorávidas, ligados âs tribos negras islamizadas do Senegal, fundaram Marrakech e conquistaram a Berberia até Argel, em guerra santa que pregava a volta â ortodoxia islâmica e â conversão dos pagãos (século XI). Em seguida, sob a chefia de Ibn Tachfin, atacaram, procurando renovar a unidade árabe em face dos reinos cristãos (séculos XI e XII). Desta forma, o espírito de conquista que desaparecera nos árabes renascia nos berberes por longo tempo. Quando decaiu o impulso almorávida, surgiram osalmôadas, dentro do mesmo espírito de ortodoxia e guerra santa. Em 1147 conquistam o Marrocos, depois a Espanha e, por fim, expulsaram os normandos que se haviam instalado na África do norte. A Berberia e a Espanha do século XI estavam sob o domínio dos califas almôadas. Mas nos três séculos seguintes o Maghreb dividiu-se em reinos rivais.[34]
Porta tradicional do litoral suaíli, estilo Zanzibari, em Zanzibar.
Na África oriental, os árabes muçulmanos exerceram também sua dominação, mas em caráter periférico. Nos séculos VII e XI estabeleceram uma série de postos nacosta africana do ÍndicoMogadíscioMelinde,< MombaçaPembaZanzibarMoçambiqueQuiloaSofala e Madagascar. O interesse era puramente comercial e não de conquista e conversão religiosa. Nas cidades, os árabes representaram a aristocracia financeira,miscigenando-se com a população local. Cada cidade viveu independentemente, com ligeira preponderância de umas sobre outras, não formando impérios. Essa influência árabe terminou no começo da Idade Moderna, ao surgir odominio português. O comércio árabe na África oriental com bantos e boxímanes fez-se com tecidosmetaismarfimouro do Zimbabwe e, sobretudo, escravos, que eram vendidos na Ásia, até a China. Fomentando guerras locais pala a obtenção de escravos, concorreram os árabes para o despovoamento. Faziam entrepostos nointerior do continente, comunicando-se por caravanas.[34] Seus contatos com as tribos eram comerciais,[34] e nunca procuraram dominá-las. Possivelmente introduziram na África tropical o arroz e a cana-de-açúcar.[35]
Mapa das civilizações africanas antes da colonização europeia.
O Sudão ocidental teve história originalíssima. Aí nasceram impérios negros, muitos deles islamizados, pelo menos superficialmente. Na região do Senegal-Níger esses impérios tornaram-se fornecedores de ouro para o mundo mediterrâneo e a Europa até a chegada do ouro americano. As minas de ouro de Bambuc, entre oSenegal e o Falemê, tornaram-se famosas na Idade Média. Os imperadores negros e suas cortes enriqueceram no comércio com o Maghreb, de onde vinham as caravanas, através do Saara. Além do ouro, pesaram decididamente no comércio os escravos, marfimsal e tecidosGana foi o primeiro desses impérios, nascido por volta do século IV a.C., nas margens ocidentais do Níger. No século XI alcançava seus limites máximos, indo doAtlântico ao Níger e do Tecrur ao Saara. Estado negro do grupo Saracolê era governado por um soberanodespótico, bastante influenciado pelos muçulmanos, que se estabeleceram em Gana no fim daquele século. Osalmorávidas iniciaram a difusão da fé muçulmana no Sudão, entre as tribos submetidas por Gana. Em poucos anos, elas se revoltaram e o império acabou, formando-se reinos cuja base dominante era muçulmana. Muitos povos, como os bambaras e os mossis da foz do Níger, não aceitaram o Islam, mas no século XI o dominio muçulmano estendia-se do Atlântico ao Darfur. No século XIVTombuctu tornou-se o centro de irradiação do Islam para o Sudão. Aí reinou sobre os mandingas do Mali o célebre mansa (rei) ou Kango Mussa (1307-1332), num império que se limitava entre os vales do Falemê e do Bani e do sul argelino até a floresta equatorial.Enquanto a corte era muçulmana, o povo continuava em suas práticas tradicionais. Desenvolveu-se o comércio com o Maghreb. Mussa financiou a arquitetura de inspiraçãoandaluz-magrebiana. Sua viagem a Meca e ao Cairo intensificou as ligações do Sudão com o Oriente. No século XV os berberes e os mossis do Alto Voltadominaram o império. Neste mesmo século surgiu o império songai, com a capital em Gao, dominando grande parte do Sudão ocidental e trechos do Saara. Bem organizado, Gao estabeleceu o tráfico regular do Níger,unificou pesos e medidas, e os judeus participaram ativamente no comércio. O Songai comerciou intensamente ouro e escravos com o Maghreb. Gao tornou-se também um centro de difusão muçulmana no Sudão e doutores negros da religião pregaram na África do norte. No século XVI, renegadosespanhóis, a serviço do sultão do Marrocos, dominaram a região.[35]
Cabeça de marfim, Império de Benim, século XVI (Metropolitan Museum of Art).
Na Nigéria, entre 1575 e 1648, o reino do Benin teve bastante desenvolvimento cultural e comercial e sua arte marcou um estilo africano nessa área. Entre os séculos XVXIX o Islam continuou seu dominio sobre o Sudão ocidental e oriental. A Abissínia era uma ilha de cristianismo no continente fetichista e muçulmano. O cristianismo copta do altiplano etiópico teve caráter original. O clero era numeroso. Na Idade Média, judeus e cristãos entraram em luta pela posse do trono, tendo aqueles alcançado o governo por um curto período.[35]
Outros reinos que escaparam à influência do Islam têm história menos conhecida. O reino do Congo, que fora fundado no século XIII, acolheu bem o proselitismo cristão trazido pelos portugueses, que transformaram Mbali numa cidade de pedra, com muitas igrejas, dando-lhe o nome de São Salvador. No século XVIII foi abandonada pelo porto de São Paulo de Luanda. Outra região com que os portugueses comerciaram do século XVI ao século XVIII foi Monomotapa, constituida pela confederação das tribos Chona.[35]
Até o século XV o africano conhecera mais fortemente a influência islãmica. Muitas tribos nem chegaram ao contacto com o árabe. A partir daí, a penetração europeia na Africa fez-se lentamente, até que, no século XIX, o expansionismo europeu, decorrente da Revolução Industrial, suprimiu o isolamento africano, ultrapassando tecnicamente as barreiras geográficas, modificando a estrutura sócio-econômica dos aborígines, postos a serviço dos interesses de grupos e potências estrangeiras.[35]

Idade Moderna

Os ibéricos, principalmente os portugueses, iniciaram a conquista da África que, dos séculos XV a XVIII, foi periférica. Em 1415 os lusos tomavam Ceuta. Logo uma série de pontos no litoral norte-africano caíram em mãos europeias. Nessa ocupação restrita, a expansão da fé cristã representou importante papel. Contra essa intervenção, santos locais ou marabus insuflaram a guerra santaIndependência e luta contra o infiel caracterizaram os movimentos berberes. A reação nativa estava presa também à decadência do tráfico caravaneiro no Saara em demanda do Maghreb, pois os portugueses e depois holandesesingleses e franceses desviaram para o litoral atlântico o comércio de ouro e escravos. No começo do século XVI, os turcos otomanos, que destruíram o império bizantino e irromperam na Berberia,[36][37] ocupam postos estratégicos no litoral,[37] dedicando-se ao corso do comércio cristão no Mediterrâneo. Internamente os conflitos turco-árabe-berberes delinearam as atuais TunísiaArgélia e Marrocos. Os turcos deram ao norte da África uma organização baseada nos chefes locais, prestando tributo a Constantinopla. Aos poucos, o dominio do sultão tornou-se nominal, deixando aos governadores militares a iniciativa na administração e conquista.[37]
Uma carta náutica de Fernão Vaz Dourado, da África ocidental extraída do atlas náutico de 1571, pertencente aoArquivo Nacional da Torre do Tombo, emLisboa.
Para os portugueses, além da obtenção do ouro de que necessitava a burguesia europeia, a África representava um objetivo mais longinquo: a instalação de entrepostos que balizassem o caminho oceânico para as Índias. Assim reconheceu-se Serra Leoa. Em 1482Diogo Cão chegava à foz do Congo; em 1488Bartolomeu Dias dobrava o cabo das Tormentas (Boa Esperança) e em 1497Vasco da Gama, após contornar o mesmo cabo, tocava em Natal, Sofala e Melinde, chegando afinal a Calecut. Abria-se nova era no comércio internacional e o litoral da África representava o papel de fornecedor e escala. O trânsito direto das especiarias para Lisboa provocou enorme golpe na economia egípcia, declinando o comércio de Alexandria. Os portugueses, pela destruição do comércio árabe e da frota egipcia, dominaram o oceano Índico até o começo do século XVII.[37]
Esquema mostrando como eram transportados escravos em um navio negreiro.
Tornaram-se defensores da Abissínia, realizando o sonho secular da aliança com as terras do Preste João. A catequese levoujesuitas e dominicanos ao contacto com os bantos, que a eles reagiram violentamente. Portugal procurou dominar os portos de escoamento de ouromarfim e pimenta. Fracassou a tentativa da posse do ouro de Bambuc. Abaixo do equador, os lusos instalaram-se em pontos que foram a origem de Angola e Moçambique, visando ao ouro da Rodésia e às lendárias minas de prata do sul do Congo. Até à época do domínio espanhol (1580) os portugueses exerceram o monopólio do tráfico negreiro, abastecendo as plantações do Brasil. Daí em diante francesesholandeses e ingleses entraram no tráfico.[37]
As companhias de comércio da era mercantilista dividiram entre si as zonas de exploração do nefando comércio. No século XVII, os holandeses, mais bem equipados, dominaram o tráfico. Na centúria seguinte, ingleses e franceses lutaram pelo privilégio do "asiento". No litoral atlântico, o tráfico estendia-se numa faixa de 3.500 km de costa entre a Mauritânia e o Congo. Na segunda metade do século XVIII, o tráfico estendeu-se a Angola. O escambo fazia-se com a troca de negros por mudas de cana-de-açúcartabacoaguardente e produtos da Ásia.> Nessa época, pelo menos 100 mil escravos eram exportados por ano. Com o advento da Revolução Industrial, os interesses europeus somaram-se à ação de seitas religiosas e dosfilantropos, e a escravidão foi combatida. Mas continuou, sob mil disfarces. O comércio escravo atingiu o interior, despovoando grandes áreas em virtude das razias que as tribos litorâneas, mancomunadas com os negreiros, realizavam.[37]
Império Ashanti (esboço vermelho) durante o século XIX.
Enquanto isto, no Sudão ocidental, formaram-se, no século XVII, alguns reinos, como de Andres, no baixo Daomé, e dos Ashanti, na Costa do Ouro (hoje Gana). Estes lutaram contra os ingleses no século XIX. Os tuculores islamizados fundaram, no século XVIII, um reino teocrático no Futa-Djalon e depois no Futa-Toro. No século seguinte, o conquistador El Hadj Ornar unificou os tuculores num império que ia do Senegal a Tombuctu, fazendo frente à dominação francesa.[37]
No Sudão central, o reino de Bornu a oeste e a sul do lago Tchad viveu submetido ao despotismo de chefes indígenas, desde o século XVI, e no século XIX ainda era forte, comerciando com a África do norte. Dos séculos XVII a XIX, o Uadai, no sudeste do Tchad, foi unificado por um grande império, que entrou em decadência nas lutas contra Bornu. No Sudão oriental, o Darfur, dirigido desde 1596 por uma dinastia árabe, alcançou esplendor nos séculos seguintes. A islamização da África ainda continua, apesar de todos os embates com o mundo ocidental.[37]
No século XIX, a metade da população sudanesa era islamizada. Os wolofs ou volofs, os tuculores, os saracoleses, os songais, além de outros grupos, usavam o árabe e escreviam em árabe, não abandonando os dialetos locais.[37]
Povo Bambara no vale superior do rio Sénégal, 1890. (ilustração do Coronel Frey, da costa ocidental da África, 1890, Fig.49 p.87).
Muitas tribos continuaram isoladas do islamismo, como os bambaras, os sereres, os mossis, as tribos do Sudão meridional e da floresta equatorial, em grande parte.[37]
Desalojados da Guiné pelos holandeses, os portugueses conservaram Angola e Moçambique. Os neerlandeses estabeleceram-se em 1651 no cabo da Boa Esperança, devido às vantagens para o comércio no Oriente.[36]
Só em 1795 os holandeses iniciaram a colonização na África meridional, com dois mil colonos, incluindo também huguenotesfranceses, estabelecendo-se no Karraoo.[38]

Idade Contemporânea

Litografia retratando a construção doCanal de Suez.
No fim do século XVIII a política napoleônica dirigiu-se ao norte da África.[38] Bonaparte, pretendendo transformar oMediterrâneo em um lago francês,[38] isolando o poderio inglês das rotas do Oriente,[38] lançou-se ao Egito em 1798.[38]Embora terminasse derrotado, tirou o poder aos mamelucos[38] e abriu caminho para o renascimento egípcio.[38] Em 1805,Maomé-Ali fez-se reconhecer paxá pelo sultão turco,[38] que exercia poder nominal sobre o norte da África.[38] Chefe da milíciaalbanesa, fortaleceu o seu poder a partir de 1811,[38] liquidando os restos do poder mameluco.[38] Organizou um Estado centralizado e com o concurso de estrangeiros preparou enorme exército e grande esquadra e reorganizou a indústria e a agricultura.[38] Seguindo uma política expansionista, Maomé-Ali conquistou Senar e Kordofan, criou Kartum e auxiliou a Turquia na sua tentativa de reprimir a insurreição grega.[38] Em 1840, a Inglaterra obstou suas pretensôes sobre a Síria.[38] Seus sucessores desbarataram os recursos do Egito e os financistas internacionais dominaram o país.[38] A Inglaterra opôs-se à abertura do canal de Suez,[38] mas acabou possuindo a maioria das ações do canal,[38] abrindo novas perspectivas para o comércio com o Oriente.[38] O fim do século XIX marcou nova perda da independência política do Egito,[38] com o enfraquecimento do império otomano e o domínio britânico.[38]
Na África do Sul os ingleses anexaram o Cabo[38] e, juntamente com os bôeres, apropriaram-se das melhores terras dos nativos.[38] A interferência de missionários protestantes levou à extinção da escravidão.[38]A pressão inglesa determinou a emigração em massa dos bôeres para a região dos rios Vaal e Orange (1834-1848),[38] fundando-se dois Estados: Orange e Transvaal.[38] Os choques com os zulus (grupo banto) multiplicaram-se, tendo os nativos formando uma confederação de tribos, chefiados por Chaka, defendendo-se tenazmente.[38]
Em 1830, os franceses invadiram a Argélia[38] e iniciaram a colonização nos governos de Luís Filipe e Napoleão III.[38] A Berberia islamizada vem resistindo nestes dois séculos à dominação europeia.[38] O grande chefe berbere foi, no século passado, Abd el-Kader,[38] que levantou as tribos em guerra santa.[38]
Em 1847, a colônia que filantropos americanos haviam fundado entre Serra Leoa e Costa do Marfim transformou-se na república negra da Libéria.[38]




http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica

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